quarta-feira, 16 de março de 2011

Até onde vai o trabalho do corretor de imóveis

Ultimamente, tenho-me feito esta pergunta por diversas vezes. De repente me atentei pelo meu histórico de parcerias imobiliárias e pelo histórico de pessoas que cruzaram o meu caminho nesta batalha que é a vida no mercado imobiliário e me vi em um mercado com profissionais mercenários, despreparados e muitas vezes, desonestos.

Minha jornada pessoal e profissional, com base nas experiências vividas, leituras, viagens, etc., trouxe-me a seguinte filosofia: o atendimento a um cliente em qualquer área de atividade inicia desde a busca, preparação e divulgação do produto a ser vendido, antes mesmo de saber quem será o seu cliente; já o a conclusão da prestação do serviço de qualquer profissional que trabalhe com vendas, não existe.

Exatamente! Não existe conclusão do serviço. A não ser que o prestador do serviço queira ser esquecido por seus clientes, só tenha interesse em vender tal produto para o mesmo cliente uma única vez, e não faz questão de ser lembrado ou indicado por seus clientes a outros clientes.

Trocando em miúdos, o prestador de serviço, além de terá OBRIGAÇÃO de dar um bom atendimento, tratar bem, ser solicito e honesto, vender o produto correto ao cliente e de forma juridicamente correta, tem SIM que manter de uma forma ou de outra uma relação com o cliente após a compra. Por quanto tempo? Pelo tempo que for possível, obviamente.

Baseado nisso, e voltando ao primeiro parágrafo deste texto, venho aqui relatar o que tenho presenciado durante a maioria das transações que fiz desde quando iniciei minha jornada, em 2007.

A maioria dos corretores de imóveis (podemos chamo de “pseudo-corretores”, ou até mesmo, oportunistas e/ou despreparados para o trabalho), encaram o processo de venda de um imóvel, simplesmente como uma (ótima e fácil) oportunidade para ganhar dinheiro.

Estes tais corretores, simplesmente tratam a venda em si (o processo de venda como um todo), como um mero detalhe perante o valor da comissão a ser recebida. E mal sabem eles que a “comissão cheia” como gostamos de falar, é apenas uma CONSEQUÊNCIA de uma venda bem feita.

Corretores que simplesmente viram as costas para o cliente (e para seu parceiro de negócio) imediatamente após a assinatura da promessa de compra e venda e eventual recebimento da comissão (ou então somem durante todo o processo e toda a negociação, e aparecem no final, na hora de receber seu “merecido” honorário).

Sim..., a grande maioria age assim. A grande maioria está pouco se lixando para o cliente, para o corretor parceiro e para como serão vistos perante o mercado. Infelizmente, por termos a maioria agindo assim, esse tipo de atitude é regra, e não exceção, pois virou praxe de mercado.

Infelizmente não há uma politica de banimento ou sequer punição destes “profissionais”, ou mesmo uma diminuição do seu percentual de comissão.

Estas pessoas foram orientadas e levadas a pensar que simplesmente pelo fato de ele (ela) levar o cliente para ver certo imóvel, terá direito a metade da comissão caso o negócio seja fechado.

Costumo dizer que se o trabalho do corretor fosse somente este, os donos de imobiliárias dispensariam todos os seus corretores e contratariam um motoboy só para abrir os apartamentos p/ o cliente visitar. Seria muito mais barato e cômodo, não?

Este tipo de atitude me deixa em estado de revolta, não só por TER de pagar (injustamente) metade dos honorários pelas vendas efetuadas “em parceria” com este tipo de “profissional”, mas pelo efeito negativo que elas causam no mercado. Dentre outras razões, este é um dos grandes motivos que fazem com que a profissão de corretores de imóveis seja uma das mais discriminadas da nossa sociedade; e infelizmente (opinião minha) creio que não estarei vivo para ver isso mudar.

Da mesma forma que um imóvel de alto padrão se desvaloriza quando sua vizinhança é repleta de casebres, o bom profissional paga pelas atitudes dos maus profissionais.

MARCO DUARTE

Corretor de Imóveis – CRECI-CE: 6740F

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