sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Índice que reajusta aluguel, IGP-M tem deflação pelo 6º mês seguido

SÃO PAULO (Reuters) - O Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) registrou em agosto o sexto mês de deflação, em razão de um arrefecimento em seus três componentes, com destaque para o atacado.

O indicador caiu 0,36% neste mês, após queda de 0,43% em julho, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV), nesta sexta-feira.

Analistas consultados pela Reuters previam queda de 0,41% para agosto, segundo a mediana de 30 estimativas, que variaram de baixa de 0,22% a declínio de 0,59%.

Entre os componentes do IGP-M, o Índice de Preços por Atacado (IPA) recuou 0,61% em agosto, ante baixa de 0,85% em julho.

O IPA agrícola caiu em ritmo um pouco menor, em 1,23% ante 1,89% no mês passado. O mesmo movimento ocorreu com o IPA industrial, com queda de 0,41% em agosto, ante baixa de 0,49% em julho.

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,16% neste mês, abaixo da elevação de 0,34% no anterior.

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) teve variação positiva de 0,01% em agosto, contra avanço de 0,37% em julho.

No ano, o IGP-M acumula queda de 2,02% e nos últimos 12 meses, de 0,71%.

(Por Vanessa Stelzer)

ÍNDICE DO ALUGUEL
O IGP-M é um indicador de inflação muito usado para reajustar aluguel de imóveis, tarifas públicas e planos e seguros de saúde (nos contratos mais antigos)

domingo, 2 de agosto de 2009

Venda de imóvel para estrangeiros deve subir 25%

Após o susto da crise financeira, residências em Fortaleza voltam a ser procurados pelos compradores de fora

Corretores, imobiliárias e construtoras apostam na retomada, ainda no segundo semestre desse ano, das vendas de imóveis para estrangeiros na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).

Alguns imóveis da Beira-Mar e na Praia de Iracema têm até preços anunciados em euro. “Em 2009, devemos vender 25% a mais que no ano passado para esse perfil de comprador. O mercado financeiro se estabilizou nos Estados Unidos e Europa. Os últimos seis meses de 2008 foram ruins, só vendemos casas populares.

O susto passou e agora já percebemos um reaquecimento no comércio com estrangeiros”, assegurou André Montenegro, vice-presidente da área imobiliária do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Ceará (Sinduscon-CE).

Desde o início de 2008, o setor sentiu a retração na comercialização com essa fatia do mercado, problema agravado com a crise financeira. “Foi um período onde o setor da construção civil na Europa, principalmente na Espanha, sofreu bastante. Isso trouxe reflexos para Fortaleza. Agora em julho, percebemos que os italianos estão voltando a adquirir imóveis aqui e os espanhóis já recomeçaram a procurar.

Falta ainda o interesse dos portugueses para completar o grupo dos estrangeiros que mais se identificam com o mercado imobiliário da Capital”, disse Armando Cavalcante, presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis no Ceará (Creci-CE).

Outros fatores devem influenciar as vendas até o fim do ano. “Em agosto é o período de férias na Europa e a época em que o inverno fica mais rigoroso por lá é no segundo semestre. Esse é o bom momento, quando o comprador estrangeiro está mais disposto a adquirir imóvel”, explicou Cavalcante. Outra facilidade apontada pelo presidente do Creci-CE é a flexibilização maior do Banco Central para autorizar comercialização entre os bancos nacionais e os clientes estrangeiros. “A maior parte das vendas ainda é realizada à vista e os financiamentos feitos com as construtoras. Entretanto, já há operações em que um banco brasileiro, com autorização do BC, remete a cobrança das prestações para a conta do comprador na Itália”.

Vantagens de Fortaleza

Cavalcante enumerou os atrativos do mercado imobiliário cearense para os estrangeiros. “O que mais conta é o preço diferenciado. O imóvel que custa R$ 500 mil é comprado por menos de 200 mil euros. Além disso, nosso litoral fantástico, a temperatura do mar constante no ano todo, o clima e o fato de não termos Tsunamis só contam a favor”, comentou. Além da Praia de Iracema e do Meireles, considerados grandes filões do mercado para estrangeiros, o setor imobiliário cearense também aposta no aquecimento de vendas na Aldeota e em praias vizinhas como Cumbuco, Porto das Dunas, Presídio e Iguape. “Essas são as localizações no Estado preferidas por eles”, complementou o presidente do Creci-CE.

PERFIL DO COMPRADOR
Apartamento compacto é preferido

Na última década o mercado de apartamentos compactos, de até 72 metros quadrados, em regiões consideradas nobres, principalmente próximas à praia, têm sido muito procurados pelos clientes estrangeiros. “Mudou muito o perfil desse comprador. Hoje ele viaja com a família e não vem a procura de turismo sexual, ele busca belas praias e a nossa hospitalidade e também investimento em imóveis, pois a relação da moeda deles com a nossa gera um bom negócio”, afirma Rosemberg Feitosa, gerente comercial da Engexata Engenharia.

Este publico é bastante exigente e a empresa constatou, em pesquisas de mercado, que as especificações preferidas são “imóveis compactos com varanda de apartamento grande, com a menor quantidade de paredes em alvenaria dando para o lado do mar e uso excessivo de vidros para melhorar a visão da praia. Eles também querem cozinhas pequenas, pois todas as suas refeições são feitas fora, em geral apenas lancham no imóvel”, descreve Feitosa.

A construtoras chegam a anunciar os preços dos imóveis em euro. “Nossos empreendimentos estão na área onde circulam muitos estrangeiros. Colocamos gigantescas faixas nos nossos prédios com o valor da prestação de um financiamento bancário em real e euro.

A prestação se torna muito atraente para este público”, informou Rosemberg.

Ele acrescenta ainda que a maior parte dos estrangeiros que procura imóveis aqui tem entre 25 e 50 anos e vem de países europeus como Noruega, Itália, Espanha, Portugal e também Suíça.