quarta-feira, 16 de março de 2011

Até onde vai o trabalho do corretor de imóveis

Ultimamente, tenho-me feito esta pergunta por diversas vezes. De repente me atentei pelo meu histórico de parcerias imobiliárias e pelo histórico de pessoas que cruzaram o meu caminho nesta batalha que é a vida no mercado imobiliário e me vi em um mercado com profissionais mercenários, despreparados e muitas vezes, desonestos.

Minha jornada pessoal e profissional, com base nas experiências vividas, leituras, viagens, etc., trouxe-me a seguinte filosofia: o atendimento a um cliente em qualquer área de atividade inicia desde a busca, preparação e divulgação do produto a ser vendido, antes mesmo de saber quem será o seu cliente; já o a conclusão da prestação do serviço de qualquer profissional que trabalhe com vendas, não existe.

Exatamente! Não existe conclusão do serviço. A não ser que o prestador do serviço queira ser esquecido por seus clientes, só tenha interesse em vender tal produto para o mesmo cliente uma única vez, e não faz questão de ser lembrado ou indicado por seus clientes a outros clientes.

Trocando em miúdos, o prestador de serviço, além de terá OBRIGAÇÃO de dar um bom atendimento, tratar bem, ser solicito e honesto, vender o produto correto ao cliente e de forma juridicamente correta, tem SIM que manter de uma forma ou de outra uma relação com o cliente após a compra. Por quanto tempo? Pelo tempo que for possível, obviamente.

Baseado nisso, e voltando ao primeiro parágrafo deste texto, venho aqui relatar o que tenho presenciado durante a maioria das transações que fiz desde quando iniciei minha jornada, em 2007.

A maioria dos corretores de imóveis (podemos chamo de “pseudo-corretores”, ou até mesmo, oportunistas e/ou despreparados para o trabalho), encaram o processo de venda de um imóvel, simplesmente como uma (ótima e fácil) oportunidade para ganhar dinheiro.

Estes tais corretores, simplesmente tratam a venda em si (o processo de venda como um todo), como um mero detalhe perante o valor da comissão a ser recebida. E mal sabem eles que a “comissão cheia” como gostamos de falar, é apenas uma CONSEQUÊNCIA de uma venda bem feita.

Corretores que simplesmente viram as costas para o cliente (e para seu parceiro de negócio) imediatamente após a assinatura da promessa de compra e venda e eventual recebimento da comissão (ou então somem durante todo o processo e toda a negociação, e aparecem no final, na hora de receber seu “merecido” honorário).

Sim..., a grande maioria age assim. A grande maioria está pouco se lixando para o cliente, para o corretor parceiro e para como serão vistos perante o mercado. Infelizmente, por termos a maioria agindo assim, esse tipo de atitude é regra, e não exceção, pois virou praxe de mercado.

Infelizmente não há uma politica de banimento ou sequer punição destes “profissionais”, ou mesmo uma diminuição do seu percentual de comissão.

Estas pessoas foram orientadas e levadas a pensar que simplesmente pelo fato de ele (ela) levar o cliente para ver certo imóvel, terá direito a metade da comissão caso o negócio seja fechado.

Costumo dizer que se o trabalho do corretor fosse somente este, os donos de imobiliárias dispensariam todos os seus corretores e contratariam um motoboy só para abrir os apartamentos p/ o cliente visitar. Seria muito mais barato e cômodo, não?

Este tipo de atitude me deixa em estado de revolta, não só por TER de pagar (injustamente) metade dos honorários pelas vendas efetuadas “em parceria” com este tipo de “profissional”, mas pelo efeito negativo que elas causam no mercado. Dentre outras razões, este é um dos grandes motivos que fazem com que a profissão de corretores de imóveis seja uma das mais discriminadas da nossa sociedade; e infelizmente (opinião minha) creio que não estarei vivo para ver isso mudar.

Da mesma forma que um imóvel de alto padrão se desvaloriza quando sua vizinhança é repleta de casebres, o bom profissional paga pelas atitudes dos maus profissionais.

MARCO DUARTE

Corretor de Imóveis – CRECI-CE: 6740F

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O guia essencial dos imóveis (REVISTA ÉPOCA DE 31/01/2011)



Primeiro, os preços subiram, subiram, subiram. Depois, a alta perdeu força. E agora? É hora de comprar? De vender? ÉPOCA traz um roteiro completo para você se orientar no efervescente mercado imobiliário

Já fazia tempo que a economista Andrea, de 39 anos, e o engenheiro Marcio Dualibi, de 46, planejavam mudar de casa. Com dois filhos,o apartamento em que moravam, de 120 metros quadrados e três dormitórios, no bairro da Vila Leopoldina,Zona Oeste de São Paulo, estava pequeno. A ideia era comprar outro apartamento, de 170 metros quadrados num condomínio da região. No fim de 2007, quando surgiu um comprador oferecendo R$ 360 mil pelo imóvel deles, não hesitaram em vendê-lo, embora ainda faltassem R$ 70 mil para comprar o novo apartamento. Como os preços dos imóveis usados pareciam estáveis, decidiram adiar a compra e aplicar o dinheiro para tentar ganhar a diferença. E foram viver num apartamento alugado, ainda menor.

O resultado não foi o esperado. Os preços dos imóveis dispararam. Assustados, Andrea e Marcio sacaram o dinheiro do banco para tentar comprar o que fosse possível. Em agosto de 2008, fecharam negócio num apartamento em construção, de 140metros quadrados, numa rua menos valorizada do bairro. Pagaram R$ 460mil – R$ 100 mil a mais do que ganharam na venda do primeiro. Pagaram à vista, com desconto. Ainda assim, tiveram de vender um carro – um EcoSport do ano – e sacar o que tinham acumulado no Fundo de Garantia. O apartamento demorou dois anos e meio para ficar pronto, período em que precisaram pagar aluguel. Hoje, de acordo com Marcio, o apartamento que ele e Andrea venderam por R$360 mil vale R$ 550 mil, o preço do novo. E o apartamento que planejavam comprar, de R$ 450 mil, agora custa R$ 750 mil – uma alta de 66% em três anos. “Não era o que a gente queria”, diz Marcio. “Mas, depois de tanta confusão, não foi tão ruim.”

O drama vivido por Andrea e Marcio é reflexo da violenta explosão ocorrida nos preços dos imóveis nos últimos anos. É provável que em nenhum outro momento eles tenham subido tanto em tão pouco tempo. A valorização, maior aqui, menor ali, espalhou-se por todo o Brasil, das grandes metrópoles aos pequenos vilarejos de beira de estrada e à zona rural. O poder de compra de quem tinha um imóvel se manteve ou cresceu com a valorização. Mas quem ainda pretende comprar uma casa terá de se conformar, agora, em morar num lugar menos valorizado, como Andrea e Marcio, ou num imóvel menor do que poderia comprar alguns anos atrás. “Os preços estão lá em cima”, diz Luiz Paulo Pompéia, diretor da Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (Embraesp), especializada em pesquisas imobiliárias. “Não sei aonde vão parar.”

Na atual onda de valorização, nem todo mundo foi pego de surpresa. Houve quem lucrou – e muito. Graças à alta dos imóveis, o Rio de Janeiro ganhou 60 mil novos milionários, segundo uma pesquisa do Secovi fluminense, a entidade que reúne os empresários do setor no Estado. São proprietários que, da noite para o dia, viram seus imóveis ultrapassar o valor de R$ 1 milhão e se tornaram uma espécie de novos-ricos do mercado. Muitos investidores aproveitaram para comprar imóveis na planta e revendê-los, com lucro. Mesmo quem não tinha capital para fazer isso sozinho conseguiu reunir amigos para investir – numa antiga prática que caíra em desuso e agora ressuscitou.

Até investidores estrangeiros, como Sam Zell, um magnata do mercado imobiliário americano, colheram lucros no Brasil, comprando fatias em grandes empresas do setor e se beneficiando da alta na Bolsa. Segundo uma pesquisa da Associação dos Investidores Estrangeiros em Imóveis, o Brasil ultrapassou a China e apareceu como o destino preferido em todo o mundo para negócios imobiliários, em 2011. “O pessoal diz que apenas 5% das vendas no país são feitas para investidores, que não estão comprando o imóvel para morar”, diz Pompéia. “Mas a parcela de investidores é bem maior.”

Como em qualquer mercado, a questão crucial não é saber quanto os preços já subiram, mas se eles ainda subirão mais – ou se cairão de repente. A alta já bateu no teto? Essa valorização é sustentável ou artificial? É hora de comprar? De vender? A seguir, apresentamos um breve roteiro para você se orientar no universo imobiliário. Não se trata de um trabalho exaustivo nem temos a pretensão de responder de modo conclusivo a todas as questões – que, no fundo, dependem de fatores incontroláveis. Esperamos, apenas, que nossas respostas ajudem cada um a tomar decisões melhores.



quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Corretor de Imóveis x Sociedade: Cidadania ou Promoção Justiceira

Recebi este e-mail de um colega corretor, e professor de um dos cursos de TTI aqui de Fortaleza. Muito interessante, então resolvi postar aqui, com seus devidos créditos, obviamente!

Podemos suportar as desgraças que vêm do exterior: são acidentes. Mas sofrer pelas nossas próprias faltas... Ah!, é esse o tormento da vida. (Oscar Wilde)

Fazemos parte de uma categoria muito mais cobrada ultimamente pela sociedade, assim como outras categorias tão importantes sempre foram, como dos médicos, advogados e engenheiros. Por isso mesmo e por uma simples estratégia de "melhor" escalada de reconhecimento e valorização, devemos aguardar e confiar na JUSTIÇA das "mulheres e dos homens", principalmente na de DEUS, pois já somos bastante "massacrados" pelo o que a sociedade fica exposta e tira sua própria conclusão, na maioria equivocada pelos atos e "desatos" ignorantes, irresponsáveis e até ingênuos dos contraventores (mal chamados de PIRATAS) e pior ainda pelos PÉSSIMOS e DESPREPARADOS colegas "credenciados" (ativos, inativos e irregulares).

Então, por gentileza e inteligentemente, façamos sim nossas súplicas de justiça, mas de maneira ordeira e legal, "dentro de casa mesmo", pois apenas ficar alardeando e propagando uma situação dessas qualquer, onde se têm profissionais ou escritórios imobiliários envolvidos, ou investigados ainda seus envolvimentos, simplesmente não acabará com a CONCORRÊNCIA, e sim acabará fragilizando a nossa "AINDA" tão sensível colocação na tão necessária importância de VALORIZAÇÃO e RECONHECIMENTO pela sociedade como um todo.

Pense, analise, informe-se e se posicione mais sobre o que algum dos nossos possam estar fazendo apenas como propaganda ou fofoca, mesmo com boa intenção, para que assim possamos fazer melhor a nossa parte como cidadão, acreditando e confiando nos instrumentos legais e também SANTOS, e tentar corrigir e agir melhor, não apenas como desequilibrados, inquietos e até justiceiros, pois com certeza poderá trazer alguns transtornos para nós mesmos.

ROUFMAN - Corretor de Imóveis

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Construtoras não podem cobrar juros, decide STJ

PEDRO DA ROCHA Agencia Estado

SÃO PAULO - Decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que as construtoras que negociam imóveis na planta não podem cobrar juros sobre as parcelas pagas pelo comprador antes da entrega das chaves. A resolução aconteceu no julgamento do recurso com o qual a construtora Queiroz Galvão pretendia desobrigar-se de devolver em dobro os juros pagos por uma cliente, na Paraíba.

A cobrança dos juros antes da entrega do imóvel era prática comum entre as construtoras, mas começou a ser limitada após o surgimento do Código de Defesa do Consumidor, em 1990, o qual considera nulas as cláusulas de contrato tidas por abusivas. Em 2001, a Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça editou portaria declarando abusiva qualquer cláusula "que estabeleça, no contrato de venda e compra de imóvel, a incidência de juros antes da entrega das chaves".

Em 1997, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios firmou com 27 construtoras um termo de ajuste que proibia esses juros. No caso julgado agora pela Quarta Turma do STJ, a compradora havia sido obrigada em contrato a pagar correção monetária pelo INCC e juros de 1% ao mês sobre as parcelas anteriores ao recebimento do imóvel, a chamada poupança.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Setor imobiliário fatura R$ 1 bilhão

O volume em vendas de imóveis novos, nos primeiros seis meses deste ano, cresceu 38,58% em comparação ao mesmo período do ano passado. A alta inédita tem origem na maior oferta de crédito e financiamento oferecidos pelos bancos

Luar Maria Brandão - Especial para O POVO 03/09/2010 02:00

Márcio Pinheiro vai se casar próximo ano. Tem 27 anos, é contador e, como quem lida com a segurança dos números, resolveu garantir logo um lar. Comprou, em abril, apartamento novo de dois quartos, na Cidade dos Funcionários. Deu entrada e financiou o resto em sete anos. “Investi porque é uma segurança para quem está começando a vida, mas pretendo quitar em menos tempo”, afirma.


O apartamento de Marcos é um dos 3.903 imóveis novos vendidos no primeiro semestre deste ano, em Fortaleza - número 44,29% maior que o de 2009. O crescimento inédito de 38,58% em volume de vendas representa faturamento de mais de R$ 1 bilhão para o setor imobiliário na Capital, segundo dados divulgados ontem pelo Sindicato das Empresas de Compra, Venda e Locação de Imóveis do Ceará (Secovi-CE).


De acordo com a vice-presidente do Secovi, Maria Lúcia Forte, a “alavancada” no setor é resultado do aumento das linhas de crédito e financiamento oferecidos pelos bancos, inclusive os privados, a taxas de juros mais baixas, hoje, em torno de 12%. “Ter um imóvel agora é um grande investimento. O mercado só comemora”, afirma.

Cautela

O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon-CE), Roberto Sérgio Ferreira, diz, no entanto, que é preciso cautela. “A inflação dos insumos está acelerada, aumentando nossos custos. Na ponta, o comprador pode sentir um aumento dos preços dos imóveis”, avalia.


Ele atribui o percentual de 38,58% à recuperação pelo qual passava o mercado no início de 2009, depois da crise financeira mundial, em 2008. “A preocupação é que, se o governo subir mais a taxa de juros (hoje, em 10,75%), os bancos passem a emprestar só para os governos”, avalia Ferreira.


Para o presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis do Ceará (Creci-CE), Apollo Scherer, o mercado tem é que aproveitar o bom momento, vender mais. “A expectativa é que o setor imobiliário continue aquecido por mais dez anos, por causa da carência de imóveis em Fortaleza, que é em torno de cem mil”, pontua.


O vice-presidente de compra e venda do Secovi, Kalil Otoch, destaca que o crescimento acompanha o mercado, mas concorda com a cautela pedida pelo presidente do Sinduscon. “Temos que ter cuidado para não criarmos uma ‘bolha’, ou seja, que se construam muitos imóveis, que as pessoas comprem e que, no futuro, não consigam vender. É a lei da oferta”.

EMAIS

Os dados do setor imobiliário foram levantados pelo Centro de Pesquisa Estatística e Informação do Mercado (Cenpis), do Secovi, e incluem só imóveis novos do tipo apartamento, casa, sala comercial e sala médica.

Segundo o Cenpis, os apartamentos de dois quartos são os mais procurados (41,29%), seguido pelos de três quartos (34,22%), de quatro quartos (21,73%), de cinco quartos (1,75%) e de um quarto (1,01%).

De acordo com o presidente do Sindicato dos Corretores de Imóveis do Ceará (Sindimóveis-CE), José Maria Cavalcante, a Caixa Econômica Federal (CEF) era praticamente a única responsável pelas ofertas de financiamento acessível. No primeiro semestre de 2010, no entanto, a participação da Caixa foi de 57%, sendo o restante dos financiamentos ofertados por bancos privados.

NÚMEROS

3.903

É O NÚMERO DE IMÓVEIS NOVOS (UNIDADES) VENDIDOS, NA CAPITAL CEARENSE, SOMENTE NO PRIMEIRO SEMESTRE DESTE ANO

38,58

PERCENTUAL DE CRESCIMENTO DO VOLUME DE VENDAS DE IMÓVEIS NOVOS NA CAPITAL, NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2010 EM COMPARAÇÃO AO MESMO PERÍODO DO ANO PASSADO



segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Mercado capta boom imobiliário


MANCHETE PRINCIPAL DO JORNAL: "DIÁRIO DO NORDESTE" EM 30/08/3010.

A chance de as pessoas comprarem algo equivocado é alta. As pessoas não têm experiência com imóvel

O boom imobiliário brasileiro é uma realidade. Mas qual caminho seguir para pegar uma carona no aquecimento do setor: comprar um (segundo) imóvel ou investir em papéis que acompanham o mercado imobiliário?

A resposta depende dos incentivos fiscais e da combinação de inúmeras variáveis: estômago para risco, montante disponível para investir, prazo até o resgate e, finalmente, aptidão (mais vontade, tempo e conhecimento) para prospectar oportunidades imobiliárias. Quem tiver pouco
dinheiro já pode desistir da ideia de comprar um segundo imóvel se ele for a maior parte do montante disponível para investir, afirma Luiz Calado, autor de "Imóveis: Seu Guia para Fazer da Compra e Venda um Grande Negócio´´. Além de concentrar o risco em uma só aposta, o processo de imobilização - e depois desimobilização - é caríssimo no Brasil; custa 6% de corretagem e até 3% de Imposto de Transmissão de Bens Intervivos (ITBI), além do custo de cartórios. Por outro lado, o fundo segue a valorização dos imóveis e permite aporte a partir de R$ 1.000 em empreendimentos de alto valor, mais escassos e seguros.

Segundo Sergio Belleza, consultor de investimentos imobiliários, os fundos rendem líquido (sem impostos) entre 0,7% e 1,1% ao mês, sem contar a valorização da cota. No caso dos imóveis físicos, a renda mensal com aluguel fica entre 0,6% e 0,7% do valor do imóvel e ainda paga IR de até 27,5% ao mês.

Comercial

A maioria dos investidores pessoa física só conhece o mercado residencial de imóveis, mas o setor comercial (escritórios, shoppings, hospitais) foi o que primeiro reagiu no Brasil. O segmento é o preferido dos fundos. O aluguel de escritórios de alto padrão subiu 34,5% nos últimos três anos em São Paulo e 63,16% no Rio, segundo a consultoria Jones Lang LaSalle. Pelo expertise, o fundo cobra taxa de administração média anual de 0,5%. Também não permite ao investidor que participe da prospecção de negócios e da gestão. No setor residencial, o preço do metro quadrado vendido nos lançamentos saltou 32,33% em São Paulo nos últimos três anos, de acordo com a consultoria Embraesp.

"Uma das maneiras de ganhar dinheiro com imóvel é comprar algo degradado, depois fazer uma boa reforma e vender. Isso você não tem em um fundo´´, diz Calado. Para quem vai comprar o primeiro imóvel, há a ressalva de que ele reduz a despesa com aluguel e se transforma em hedge (proteção) dos gastos com habitação.

ISENÇÃO DE IR
Papéis do setor contam com benefício na área fiscal

Para viabilizar o financiamento da casa própria, os investimentos em papéis imobiliários tem benefício fiscal. No caso dos fundos imobiliários, a maioria tem isenção do PIS, da Cofins e do Imposto de Renda incidente sobre o rendimento para a pessoa física -o fundo só recolhe o IR sobre o retorno dos papéis de renda fixa em carteira.

A isenção de Imposto de Renda, porém, só vale para fundos que tenham cota negociada na Bolsa e que distribuam ao cotista pelo menos 95% do resultado de seu caixa, normalmente o recebimento mensal de aluguéis. Quando a cota do fundo sobe, porém, o investidor paga 20% de IR retido na fonte pelo ganho de capital. Além dos fundos imobiliários, o investidor pessoa física pode também comprar os CRI (Certificados de Recebíveis Imobiliários), títulos de renda fixa lastreados em dívidas imobiliárias, que também têm isenção de IR. O problema é que o investimento nos CRI começa em R$ 300 mil. Vários fundos agora compram os CRI, podendo fracionar o investimento com isenção fiscal para o cotista. Também têm incentivo tributário as Letras Hipotecárias e as Letras de Crédito Imobiliário, papéis emitidos pelos bancos para captar recursos para financiar a habitação. Os investimentos são a partir de R$ 50 mil.

Para migrar

Começar a investir em ações ou migrar de corretora vai ficar mais fácil. Na segunda quinzena de setembro começa a funcionar um sistema criado pela Ancor (Associação Nacional das Corretoras de Valores, Câmbios e Mercadorias) para unificar os cadastros dos investidores. O Invid (sistema on-line de cadastro e Identificação Única do Investidor) vai agilizar a abertura de contas nas corretoras, facilitar a portabilidade entre elas e trazer mais segurança para o setor. Hoje, abrir conta numa corretora levar dia. O novo sistema vai cruzar informações e gerar uma avaliação imediata dos riscos que o investidor representa.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Índice que reajusta aluguel acelera em agosto e tem alta de 6,75% nos 12 meses, diz FGV

A inflação mensurada pelo IGP-M (Índice Geral de Preços -- Mercado), usado como referência na maioria dos contratos de aluguel, subiu 0,55% na segunda semana de agosto, ante alta de 0,42% na primeira semana de agosto, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira pela FGV (Fundação Getúlio Vargas).

No ano, o índice tem alta de 6,42%, enquanto nos últimos 12 meses cresce 6,75%.

No mês anterior, para o mesmo período de coleta, a variação foi de 0,03%. O levantamento foi feito entre os dias 21 do mês anterior e 10 do mês de referência.

O IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo) apresentou variação de 0,89%, na segunda prévia de agosto. No mesmo período do mês anterior, a variação foi negativa 0,01%. A taxa de variação dos bens finais recuou de -0,20% para -0,40%. A maior contribuição para esta desaceleração teve origem no subgrupo alimentos in natura, cuja taxa passou de -2,12% para -5,74%.

A taxa de variação do grupo bens intermediários passou de 0,02%, em julho, para 0,33%, em agosto. O destaque coube ao subgrupo materiais e componentes para a manufatura, cuja taxa passou de -0,04% para 0,55%.

O índice referente a matérias-primas brutas teve sua taxa de variação aumentada de 0,21% para 3,47%.

O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) registrou variação de -0,28%, no período, ante -0,18%, na mesma prévia do mês anterior. Quatro dos sete grupos componentes do índice registraram decréscimos em suas taxas de variação, com destaque para o grupo alimentação (-0,88% para -1,33%).

Também registraram recuos em suas taxas os grupos vestuário (-0,03% para -1,08%), saúde e cuidados pessoais (0,39% para 0,31%) e despesas diversas (0,60% para 0,53%).

Apresentaram acréscimos dentro do IPC os grupos transportes (-0,15% para 0,32%), educação, leitura e recreação (-0,09% para 0,03%) e habitação (0,12% para 0,17%).

O INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) apresentou taxa de 0,27%, ante 0,72%, na prévia do mês anterior. A taxa do índice relativo a materiais, equipamentos e serviços passou de 0,55%, em julho, para 0,43%, em agosto. O índice referente à mão de obra registrou taxa de 0,09%, inferior à do mês anterior, de 0,91%.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Brasileiro já financia 62% do valor do imóvel com recursos da poupança

O percentual de financiamento dos imóveis vem crescendo nos últimos anos no país, atingindo no primeiro semestre uma média de 61,9% do valor total da moradia, de acordo com os dados divulgados nesta quarta-feira pela Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança) que engloba todos os empréstimos feitos pelos bancos nesse período.

Em 2009, havia ficado em 61,1%, patamar bem acima do contabilizado um ano antes (58,6%). Os números registrados em 2004 (46,8%) e em 2005 (47,8%) mostram que os clientes dos bancos davam mais da metade do valor de entrada para realizar o sonho da casa própria naquela época.

Ao todo, nos primeiros seis meses deste ano, as operações de crédito imobiliário com recursos da poupança atingiram R$ 23,8 bilhões, registrando o melhor resultado para esse intervalo da série histórica, iniciada em 1967.

De acordo com Luiz Antônio França, presidente da Abecip, esse crescimento mostra "claramente uma antecipação de compras", devido, principalmente, às condições de crédito mais favoráveis ao tomador do empréstimo, com taxas de juros menores e o alongamento dos prazos de pagamento.

Para o executivo, a tendência é que o percentual continue subindo e a experiência mundial mostra que 80% é um patamar considerado sustentável.

O dado divulgado pela Abecip (61,9%) se refere à fatia financiada pelo tomador do empréstimo, mas os bancos oferecem a possibilidade de um percentual ainda maior.

A Caixa Econômica Federal, líder de mercado com 67% dos empréstimos com recursos da poupança concedidos no primeiro semestre, financia até 90% do valor do imóvel com essa fonte. No Itaú Unibanco, maior banco privado do país e segundo nesse segmento, pode chegar a 80%.

Outro motivo apontado por França para a diminuição do valor de entrada é a atuação maior dos bancos no mercado de imóveis usados. Segundo o executivo, as pessoas costumavam usar outras maneiras de se financiar nesse caso, citando as compras à vista ou com parcelamento feito diretamente com o vendedor.

"O papel dos usados é fundamental", completa, citando os consumidores que saem de uma moradia para outra, seja por crescimento da familia ou mobilidade. "Se há liquidez no imóvel usado, é mais fácil mudar, porque faz com que o mercado gire com mais fluidez."