quarta-feira, 5 de maio de 2010

Valor do metro quadrado na Capital sobe até 150%

De acordo com a Câmara de Valores Imobiliários, a facilidade no acesso a financiamentos e a especulação imobiliária foram fatores que justificam os reajustes

Basta comparar os anúncios de imóveis à venda na Capital em 2009 e este ano para identificar um reajuste de até 150% no valor do metro quadrado em Fortaleza. Segundo Ricardo Arruda, presidente da Câmara de Valores Imobiliários do Ceará, a facilidade no acesso a financiamentos para a compra da casa própria e a especulação imobiliária são os principais fatores que causaram este aumento.

“Nós temos o exemplo do bairro Messejana, que apresentou um aumento de 150%, se comparados os maiores valores médios do metro quadrado em janeiro de 2009 e maio deste ano. Em segundo lugar está o bairro Cocó, com reajuste de 100% no maior valor médio do metro quadrado. Muitas pessoas estão conseguindo acesso mais fácil aos financiamentos e procuram locais que antes eram mais baratos. Como o setor notou isso, os preços aumentaram por causa da especulação imobiliária. Quem tem o terreno está pedindo o valor que quer”, explica.

De acordo com dados da entidade, apesar de apresentar um aumento de apenas 20% em comparação a janeiro do ano passado, o valor do metro quadrado no bairro Aldeota continua sendo considerado um dos mais altos de Fortaleza. A média em locais próximos às áreas mais movimentadas do bairro (corredores de atividades) variou entre R$ 1,5 mil a R$ 2 mil em janeiro de 2009. Já este ano os valores subiram de R$ 2mil a R$ 3 mil.

Ainda de acordo com o levantamento, o bairro Parquelândia apresentou um aumento de 71% no metro quadrado (R$ 700 em 2009 para R$ 1.200em2010), seguido pelo bairro Papicu, com 44% (R$ 900 para R$ 1.300). O bairro Montese foi o que apresentou uma variação alta apenas nas áreas fora do corredor de atividade de 33% (R$ 300 para R$ 400). “Isto se explica porque a parte central do Montese é composto especialmente pelo comércio, aumentando a procura por imóveis nas áreas adjacentes”, afirma.

Reajuste

Para Roberto Sérgio Ferreira, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon-CE), os aumentos nos preços dos imóveis são considerados normais. “Na verdade passamos por uma atualização em decorrência do reajuste no Índice Nacional da Construção (INCC), que foi em torno dos 5% o acumulado dos 12 meses”. Ele diz ainda que a estagnação imobiliária de alguns bairros faz com que o preço dos imóveis suba. “Como não se tem mais para onde construir e a demanda de clientes é grande para estes bairros, o mercado entende que estes valores devem subir”, esclarece.

“O cliente deve ficar atento se o imóvel é próximo a corredores comerciais e a infraestrutura que existe em volta dele. Até a marca do elevador e o tipo de piso utilizado podem ser fatores que alavancam o valor final do imóvel”, explica o presidente do Sindicato dos Corretores de Imóveis no Estado do Ceará (Sindimóveis), José Maria Cavalcante.