quinta-feira, 22 de outubro de 2009

ÁREAS COM CUSTO MENOR - Aluguel: maior oferta migra

Dois motivos são apontados para esta mudança de cenário: preço e proximidade do local de trabalho

Se antes - até cinco anos atrás - a menina dos olhos de quem procurava um imóvel para alugar em Fortaleza eram os bairros Aldeota, Meireles e Varjota, hoje se verifica um fenômeno de descentralização para outras regiões cidade. As mais procuradas, segundo as maiores imobiliárias da cidade, são Água Fria, Cidade dos Funcionários, Bairro de Fátima, Seis Bocas e regiões adjacentes.

Dois motivos são apontados pelos especialistas para esta mudança de cenário: preço e proximidade do local de trabalho.

Considerando um imóvel padrão com dois ou três quartos, vaga na garagem e medindo aproximadamente 160m, a variação no valor do aluguel entre a Aldeota e Água Fria pode chegar a uma diferença em torno de 25% a 30%. Os preços desse tipo de apartamento variam de R$ 800 a R$ 1.200 (Aldeota) e R$ 600 a R$ 800 (Água Fria). O outro fator que contribui para esse redesenho de preferências é a proximidade com objetos de interesse do inquilino como escola das crianças ou endereço de trabalho. "Muitas vezes a preferência se dá pela praticidade na hora de enfrentar o trânsito, por exemplo", explica o gerente de locação da Predial Imóveis, Charles Caminha Bret.

Essa mudança tem levado empresas tradicionais a olhar aquela região com outros olhos. É o caso da Alessandro Belchior que recentemente inaugurou unidade na Avenida Bezerra de Meneses. "É um corredor interessante que fica próximo de cerca de 30 bairros. Estar lá é em primeiro lugar facilitar a vida de nosso cliente", destacou.

Claro que ainda existe um bom público que faz questão de morar na Aldeota, Meireles e regiões próximas, sem fazer questão de pagar um pouco a mais. De acordo com dados fornecidos pela imobiliária Alessandro Belchior, os dois bairros correspondem a 26,38% da procura por imóveis para venda e locação em Fortaleza.

Para Germano Belchior, da Alessandro Belchior, os bairros mais procurados para locação seguem a tendência da produção imobiliária, que é justamente onde se verifica a maior verticalização em Fortaleza. Apesar disso, é, ironicamente, onde há a maior lentidão na quantidade de ofertas destinadas para locação.

A procura nessas localidades, segundo Belchior, é muito boa e há carência de imóveis nos bairros Meireles, Aldeota e Bairro de Fátima. "Mesmo com a quantidade de ofertas, ainda faltam habitações para alugar nesses locais. No caso do Bairro de Fátima não há tanta oferta porque a maior parte dos imóveis é de casas", informou Belchior. Já na Água Fria, a demanda anda de acordo com a oferta, porque se constrói muito por lá.

Bom para investidor

O mercado de imóveis continua forte e é uma boa forma de investimento, segundo os especialistas. Fora a rentabilidade - quando comparado com outros tipos de aplicação - deve-se levar em consideração a valorização do bem. Para se ter uma ideia, um imóvel adquirido há cinco anos na Aldeota por R$ 90 mil, vale hoje, em torno de R$ 180 mil. "Aí eu pergunto, que investimento você conhece que teve 100% de rentabilidade em cinco anos", questiona, Bret, da Predial Imóveis.

O rendimento do aluguel mensal hoje em Fortaleza corresponde a uma média entre 0,5% a 1,0% do valor total do imóvel. Para quem ainda tem dúvidas, Belchior dá a dica: "o mercado está positivo e com grandes perspectivas de melhorias. A inadimplência está em queda e a tendência é ser bem abastecido com novas unidades em oferta", analisou.


Disponibilidade

Mesmo com a euforia dos empresários, a disponibilidade de imóveis para aluguel vem sendo reduzida nas últimas décadas.

Conforme dados do IBGE, a parcela de domicílios alugados em 1980 era de 23%. Naquele ano, os imóveis próprios respondiam por 61% do total, os cedidos, por 14% e outros, por 2%. Em 2000, o percentual de imóveis alugados havia recuado para o patamar de 14%

ÍNDICE

30% é a diferença entre os valores dos aluguéis de imóveis localizados no Meireles e Aldeota quando comparados com os disponíveis na Água Fria, Cidade dos Funcionários e Bairro de Fátima

Publicado no Caderno de negócios do jornal "Diário do Nordeste" em 22/10/2009

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Fortaleza ganha bairro planejado na zona sul

A proposta da Odebrecht é aplicar um modelo de bairro novo, com toda a infraestrutura necessária no Ancuri

Com déficit habitacional de cerca de 100 mil moradias em Fortaleza, grandes empreiteiras voltam os olhos à Capital cearense, atraídas pelo crescimento econômico do Estado e pela possibilidade de enquadrar seus empreendimentos no programa federal Minha Casa, Minha Vida. Amanhã, a Bairro Novo Empreendimentos Imobiliários - empresa do Grupo Odebrecht - lança às 15 horas, no bairro Ancuri, zona sul da cidade, o empreendimento residencial Bairro Novo, destinado a famílias que percebem entre três e seis salários mínimos, o equivalente a R$ 1.395,00 até R$ 2.790, 00, mensais.

Com capacidade para 2.846 unidades habitacionais, distribuídos em apartamentos de dois quartos e casas populares de dois e três quartos, o novo empreendimento ocupará área total de 413 mil metros quadrados, pouco mais de quatro hectares. Os imóveis terão áreas construídas de 43 e 60 metros quadrados, e mais área livre que, somados, chegam a 135 metros quadrados de terreno total.

"Os preços unitários variam de R$ 65 mil e R$ 90 mil", antecipou o diretor presidente do Bairro Novo, Roberto Sena, ao anunciar, para amanhã, a abertura das vendas do primeiro módulo com 358 casas. "Nosso compromisso é entregá-las em 12 meses", apontou o executivo, explicando que "a velocidade de construção irá depender do ritmo das vendas".

Prazos

A expectativa da direção da empresa é a de que as obras sejam iniciadas em novembro próximo e que todas as unidades estejam prontas até 2014, já que novos módulos de casas serão lançados, sucessivamente, à medida em que as vendas forem acontecendo. Se todos os imóveis forem comercializados, a empresa projeta o VGV (Valor Geral de Vendas) em torno de R$ 220 milhões. Para dar maior velocidade às obras, explica Sena, a empresa utiliza um método construtivo industrial, que permite aprontar até seis unidades habitacionais a cada cinco dias, com a utilização de formas de alumínio pré-fabricadas e preenchidas de concreto. "As formas já têm previsão para a parte elétrica e hidráulica, o que reduz tempo e custo", esclarece.

Diretores da empresa explicam ainda, que o empreendimento será divido em conjuntos de casas e apartamentos, formando condomínios independentes, mas agrupados em uma mesma área. Baseado em um modelo de habitação do México, a proposta é construir um "bairro novo", no Ancuri, para onde devem migrar cerca de dez mil novos moradores, além da população atual, em torno de 13 mil habitantes.

Além das habitações, o empreendimento garante toda a infraestrutura de água, luz, telefonia, televisão a cabo, internet e saneamento básico, inclusive com a construção de estações próprias de tratamento de efluentes, bem como áreas de lazer, play-ground e estacionamentos. Sena explica ainda, que nesse modelo de projeto habitacional, a manutenção do "bairro" e dos condomínios são feitos através da associação de moradores, que irá determinar as regras de convivência para uso comum das áreas comuns. Como há área livre, acrescenta, os moradores poderão ampliar as casas, "mas de forma planejada e organizada".

A expectativa é de que a ministra Dilma Rousseff participe do lançamento das vendas na solenidade de amanhã.

Reportagem extraída do jornal "Diário do Nordeste" em 15/10/2009.